domingo, 4 de julho de 2010

Inovação e Educação (I)

As inovações, e a inovação disruptiva em particular, são variáveis muito importantes para o crescimento orgânico de uma empresa. Através da inovação a empresa pode estabelecer novos patamares de atuação no seu mercado, rompendo as barreiras quando a empresa se encontra no seu período de estagnação, após período de crescimento. Este comportamento foi abordado com detalhes no artigo anterior – Crescimento Econômico e Inovação.

Neste artigo a importância da educação e seus processos tradicionais e criativos, são analisados como fatores relevantes que conduzem o processo de inovação ao sucesso.

A inovação incremental, ou seja, aquela que é obtida da evolução de um produto ou serviço existente, pode ser obtida através de um trabalho árduo de pesquisa e desenvolvimento. Entretanto a abordagem de um problema estaria ligada à sua solução de forma cartesiana, e a base educacional para o desenvolvimento deste processo é tradicional, oriunda de um saber convergente. Sendo assim o problema é analisado de forma lógica onde as soluções possíveis são filtradas para que a mais apropriada seja executada, ou seja, há convergência para uma única solução final escolhida entre um leque de opções.



Esta educação tradicional está baseada nos processos mais comumente utilizados pelas instituições de ensino contemporâneas como o método de ensino em sala de aula, as pesquisas e trabalhos sugeridos pelos professores, as provas e avaliações aplicadas, entre outras.

Por outro lado, a inovação disruptiva, que lança um modelo de negócio, produto, serviço ou processo realmente distinto daqueles oferecidos, e que pode alcançar desta forma um público não consumidor, overshot ou undershot (ver artigos anteriores), levando a empresa ao crescimento, através da desestabilização do seu mercado, necessita de um perfil de pensamento distinto do tradicional. Este perfil se enquadra na chamada educação criativa, onde o saber agora não é convergente, mas divergente. No lugar da análise tradicional do problema para alcançar uma única solução, conforme descrito acima, a nova forma de análise deve considerar várias dimensões, através da exposição de ideias, possibilidades, interpretações, e hipóteses. Neste novo cenário os processos de aprendizado que as instituições educacionais utilizam devem ser distintos, sendo eles brainstorms, workshops, seminários e trabalhos colaborativos, e elementos de co-criação. Somente assim as empresas poderão se beneficiar de mentes abertas às diversas possibilidades que podem ser captadas de elementos internos à empresa, como suas capacidades, forças e fraquezas, e externos à ela como regulamentações, competidores, produtos substitutos, novas tecnologias, tendência do mercado consumidor, entre outras.



Sendo assim, um aspecto muito importante que deve ser destacado é que as inovações bem sucedidas necessitam das duas dimensões de educação, a tradicional e a criativa. Percebe-se que uma ideia brilhante obtida através de processos criativos pode não ser viável sob alguns pontos como financeiro, produtivo, entre outros, e não solucionar um problema de forma definitiva. Em contrapartida, uma grande ideia que seja uma boa solução executável pode não ser inovadora, não levando ao salto de crescimento desejado para a empresa.

A educação para a inovação, contemplando as duas dimensões citadas resultará em uma grande probabilidade de se obter a visão de futuro mais adequada, possibilitando no final a escolha dos melhores projetos a serem desenvolvidos pelas empresas.

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