quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mercado Overshot

Outro foco importante que deve ser considerado no momento de observar a chegada de uma inovação disruptiva, ou de planejar a implantação de uma inovação disruptiva, são os sinais emitidos pelos grupos de consumidores overshot, nos diversos mercados existentes.

Este grupo derivará dos consumidores que já têm suas necessidades atendidas através de produtos e serviços oferecidos pelos seus fornecedores, nos diversos mercados existentes. Sendo assim o mercado overshot está em um grupo de consumidores de produtos já existentes.

Este aspecto difere este grupo daquele dos nonconsumers, onde não havia um produto até determinado momento, ou tecnologia que viabilizava o desenvolvimento de algo capaz de suprir uma nessecidade latente.

Desta forma, o ponto central que pode definir os consumidores overshot, é o excesso de funcionalidades, características, e conteúdo, entre outros itens, que os já clientes não necessitam, e não estão dispostos a pagar mais por estes adicionais.

Muitos produtos e serviços lançados inicialmente com características primárias e essenciais aos seus consumidores, evoluem, ao longo do tempo, através de inovações sustentadoras e outros tipos de melhorias nem tanto inovadoras, que ocorrem periodicamente. Sendo assim, alguns fabricantes podem não perceber e iniciam um processo de desgaste com seus clientes, através da oferta de produtos ou serviços muito sofisticados e mais caros que versões anteriores. Muitas vezes este processo ocorre sem que o cliente tenha sido ouvido, ou seja, sem que se tenha a noção exata do atendimento das reais necessidades e expectativas dos seus clientes, justificando assim o desgaste mencionado.

Quando esta situação se consolida, nota-se o aparecimento do ambiente propício para a entrada de uma inovação disruptiva no mercado. É importante a leitura correta dos sinais que indicam este cenário favorável.

As inovações que podem aparecer neste ambiente são através do desenvolvimento de produtos similares quanto à funcionalidade principal dos já comercializados, entretanto com menos recursos oferecidos e com menos sofisticação.

A entrada destes produtos pode ser chamada de inovação disruptiva de baixo mercado, onde uma parte significante de consumidores migram para estas novas ofertas, que podem suprir suas necessidades básicas ao custo que eles acham justos para o cumprimento destas funções.

A seguir serão apresetados e comentados alguns casos de produtos que inovaram de forma disruptiva através do baixo mercado.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Disrupção de Mercado - Nonconsumers Part II

Complementando as considerações sobre o mercado de nonconsumers e sua importância para as inovações disruptivas, este texto fornece alguns exemplos sobre o asuunto.

Há vários exemplos de disrupção de mercado através do atendimento de nonconsumers. As empresas devem estar atentas a este ambiente a fim de promover inovações, e desta forma gerar valor para ela.

A inovação lançada é um dos elementos mais importantes na criação de valor para uma organização, e consequente aumento de suas açoes, mas este é uma tema para ser explorado em outro momento.

Um caso interessante e peculiar a ser destacado é o dos PCs. Neste mercado os equipamentos se tornaram, ao longo do tempo, menores, versáteis e também proporcionaram mobilidade a seus usuários. Nesta trajetória de desenvolvimento foram criados os Laptops, Netbooks e neste momento os Tablets. Verifica-se o atendimento a um mercado não consumidor de computação móvel até sua criação e disponibilização em escala comercial viável.

Entretanto, se olhada através de outra perspectiva, a peculiaridade desta inovação se dá no fato de que a mesma também atende o requisito de entrar no segmento de consumidores overshot. Ou seja, daqueles consumidores que são atendidos de forma mais que suficiente, e até gostariam de menos capacidades operacionais e funcionais para os produtos. Neste cenário, os computadores com telas menores, menos capacidades de memória e processamento, e até sem determinados dispositivos como mouses e leitores e gravadores de DVD, atendem às expectativas.

Pode-se notar as diferenças do Netbook e do Tablet com o desktops, e então constatar a simplificação do conjunto hardware e software para atender as necessidades principais de conectividade, que tem como pano de fundo a participação em redes sociais compartilhando conteúdo digital com seus participantes.

O mercado de consumidores overshot será abordado de forma mais aprofundada em breve, através de um novo artigo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Disrupção de mercado - Nonconsumers

Um mercado importante que deve ser analisado é o de não consumidores. De fato este mercado ainda não existente deverá surgir em determinado momento com bastante força, devido a introdução de um novo produto ou serviço inovador.

Normalmente estes produtos/serviços se baseiam em tecnologias que estão sendo maturadas nos laboratórios e salas de estudos das universidades, áreas de P&D das empresas, e organismos de padronização, entre outros atores relevantes neste ambiente de criação inovadora.

Abrindo um parênteses nesta discussão, os processos de co-criação podem se encaixar bem em um cenário onde a inovação é o alvo. Entretanto é um assunto a ser abordado em outra ocasião, em breve.

Para se entender melhor os mercados nonconsumers, e junto com ele as tecnologias que são descobertas e vão sendo aperfeiçoadas até o ponto de poderem ser utilizadas comercialmente, pode-se citar a evolução das comunicações entre pessoas desde o telégrafo até a telefonia celular, passando pela telefonia fixa.

O mercado não consumidor onde a tecnologia disruptiva apareceu na primeira transição eram os não consumidores na telefonia fixa, onde esta tecnologia, com a patente de Graham Bell, foi a disrupção do mercado de telégrafos.

Da mesma forma os não consumidores da telefonia móvel. Todos os milhões de usuários de telefones celulares existiam, porém não consumiam pois a tecnologia ainda não estava pronta. A partir do momento de sua vialbilidade, houve a nova disrupção de mercado.

Um exemplo importante da nova disrupção está a caminho, sendo ela a tecnologia IP e as redes convergentes. O IPTV, quando viabilizado de forma massiva, será uma grande disrupção nos mercados de transmissão de TV e locadoras de vídeos, entre outros.

A seguir alguns pequenos vídeos para ilustrar o que foi comentado.





domingo, 4 de abril de 2010

Inovações Disruptivas - Oportunidades e Sinais

Uma alternativa ao modelo de Porter relacionado a estratégia de diferenciação e estratégia de baixo custo são as INOVAÇÕES DISRUPTIVAS.

As inovações disruptivas podem ser definidas como novos produtos, processsos, serviços, ou modelos de negócios que modificam de forma radical hábitos e comportamentos das pessoas, relacionados com a utilização dos mesmos.

Em contraste com as Inovações Sustentadoras onde ocorre nos mercados mais exigentes, os produtos são novos e/ou aperfeiçoados a fim de prover maior qualidade e confiabilidade, as Inovações Disruptivas irão oferecer um produt ou serviço mais adequado ao uso, e deverá ter inicialmente uma taxa de crescimento explosiva, podendo ser um novo modelo de negócio.

Sendo assim Inovação Disruptiva inicialmente tem como características:
- Qualidade pode ser afetada
- Novos contextos de uso
- Barreiras de aceitação

Principais Benefícios:
- Conveniência
- Customização
- Modificação dos preços

Entretanto:
- Devem criar raízes nos novos consumidores

Onde estão as oportunidades para inovações disruptivas? Consumidores overshot, undershot, ou aqueles ainda não-consumidores?

Não-consumidores: mercado inexistente.
- Tarefa a ser realizada
- Recursos escassos
- Falta de habilidade/conhecimento

Consumidores undershot: consumidores cujas expectativas não são atendidas plenamente.
- Capacidades do produto limitadas
- Necessidades não atendidas
- Disposição para pagar mais

Consumidores overshot : consumidores atendidos de forma superior ao que necessitam /gostariam.
- Deixam de pagar por melhorias adicionais
- Inovações mais rápidas do que os consumidores podem absorver


Para aprofundar o assunto, veja o texto a seguir:
Harvard Business School Press - Seeing What’s Next: Using the Theories of Innovation to Predict Industry Change - Christensen, Anthony, Roth